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quarta-feira, 22 de julho de 2015

NUNCA NOS RENDEREMOS

13 de maio de 1940
We Shall Fight on the Beaches
"Muito embora grandes extensões da Europa e antigos e famosos Estados tenham caído ou possam cair nos punhos da Gestapo e de todo o odioso aparato do domínio nazista, nós não devemos enfraquecer ou fracassar.Iremos até ao fim. Lutaremos na França. Lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos com confiança crescente e força crescente no ar, defenderemos nossa ilha, qualquer que seja o custo.Lutaremos nas praias, lutaremos nos terrenos de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nunca nos renderemos, e se, o que eu não acredito nem por um momento, esta ilha, ou uma grande porção dela fosse subjugada e passasse fome, então nosso Império del além-mar, armado e guardado pela Frota Britânica, prosseguiria com a luta, até que, na boa hora de Deus, o Novo Mundo, com toda a sua força e poder, daria um passo em frente para o resgate e libertação do Velho."  Sir Winston Churchill


domingo, 5 de abril de 2015

PÁSCOA


Cristo ressuscitado liberta do medo e traz A ESPERANÇA. O evangelho narra a aparição de Jesus aos Apóstolos no dia da Páscoa, primeiro dia da semana, e o episódio de Tomé oito dias depois.

domingo, 11 de janeiro de 2015

100 LIVROS INDICADOS PELO PROF JOSÉ MONIR NASSER

AutorObraLíngua
Mortimer Adler / Charles Van DorenComo Ler um LivroPortuguês, Inglês
Fiódor DostoiévskiCrime e CastigoPortuguês, Inglês
Albert CamusO EstrangeiroPortuguês
Viktor FranklEm Busca de SentidoPortuguês, Inglês
Jose Ortega y GassetA Rebelião das MassasPortuguês, Espanhol
Joseph ConradO Coração das TrevasPortuguês, Inglês
PlatãoApologia de SócratesPortuguês, Inglês
Fiódor DostoiévskiOs Irmãos KaramázovPortuguês, Inglês
Giovanni RealeO Saber dos Antigos
StendhalO Vermelho e o NegroPortuguês, Inglês
Olavo de CarvalhoO Jardim das AfliçõesPortuguês
Robert MusilO Homem sem QualidadesPortuguês
René GuénonA Crise do Mundo ModernoPortuguês
Aldous HuxleyAdmirável Mundo NovoPortuguês
Albert CamusO Homem RevoltadoPortuguês, Inglês
Dante AlighieriA Divina ComédiaPortuguês, Inglês
William ShakespeareHamletPortuguês, Inglês
HomeroIlíadaPortuguês, Inglês
Albert CamusA PestePortuguês, Inglês
Franz KafkaO ProcessoPortuguês
PlatãoFedroPortuguês, Inglês
Aldous HuxleyA IlhaPortuguês
SófoclesAntígonaPortuguês
Thomas MannA Montanha MágicaPortuguês
Franz KafkaA MetamorfosePortuguês, Inglês
Severino BoécioA Consolação da FilosofiaInglês, Espanhol
William ShakespeareRei LearPortuguês, Inglês
Fiódor DostoiévskiOs DemôniosEspanhol, Inglês
BíbliaO Livro de JóPortuguês, Inglês
ÉsquiloPrometeu AcorrentadoPortuguês
Franz KafkaO CasteloPortuguês
Wolfgang von GoetheFausto (Primeiro)Português
HomeroOdisséiaPortuguês, Inglês
William ShakespeareA TempestadePortuguês, Inglês
MolièreO MisantropoFrancês, Espanhol, Inglês
Miguel de CervantesDom QuixotePortuguês, Espanhol, Inglês
J. R. R. TolkienO Senhor dos AnéisPortuguês
George Orwell1984Português, Inglês
Alessandro ManzoniOs NoivosItaliano, Espanhol, Inglês
Wolfgang von GoetheFausto (Segundo)Português
Fiódor DostoiévskiO IdiotaPortuguês, Inglês
William ShakespeareOteloPortuguês, Inglês
Lev TolstóiA Morte de Ivan IlitchPortuguês, Inglês
Santo AgostinhoConfissõesPortuguês, Inglês
Julien BendaA Traição dos IntelectuaisFrancês
SófoclesÉdipo ReiPortuguês
HesíodoTeogoniaPortuguês
BíbliaGênesisPortuguês, Inglês
RacineFedraPortuguês
Thomas MannDoutor FaustoPortuguês
Honoré de BalzacIlusões PerdidasPortuguês, Francês, Inglês
Samuel BeckettEsperando GodotPortuguês
Luís de CamõesOs LusíadasPortuguês
PlatãoO BanquetePortuguês, Inglês
Lorenzo da PonteDon GiovanniPortuguês, Italiano, Inglês
William ShakespeareMacbethPortuguês, Inglês
James JoyceRetrato de um Artista Quando JovemPortuguês, Inglês
ÉsquiloOrestéiaPortuguês
Richard WagnerTristão e IsoldaPortuguês
Honoré de BalzacEugénie GrandetPortuguês, Inglês, Francês
Fiódor DostoiévskiNotas do SubsoloPortuguês, Inglês
Daniel DefoeMoll FlandersPortuguês, Inglês
Hermann BrochA Morte de VirgílioInglês, Espanhol
René GuénonO Reino da QuantidadeInglês, Espanhol
Nikolai GogolAlmas MortasPortuguês, Inglês
Herman MelvilleMoby DickPortuguês, Inglês
T. S. EliotTerra ArrasadaPortuguês, Inglês
William ShakespeareMercador de VenezaPortuguês, Inglês
Georges BernanosDiário de um Pároco de AldeiaPortuguês, Francês
StendhalA Cartuxa de ParmaFrancês, Espanhol
Luigi PirandelloSeis Personagens à Procura de um AutorPortuguês
Wolfgang von GoetheOs Anos de Aprendizado de Wilhelm MeisterPortuguês, Inglês
Eugène IonescoO RinocerontePortuguês
PlatãoMenonPortuguês, Inglês
Henrik IbsenUm Inimigo do PovoInglês
G. K. ChestertonOrtodoxiaPortuguês, Inglês
Gustave FlaubertMadame BovaryPortuguês, Inglês, Francês
James JoyceUlissesPortuguês, Inglês
Marcel ProustNo Caminho de SwannPortuguês, Inglês
Hermann HesseO Jogo das Contas de VidroInglês
William ShakespeareSonho de uma Noite de VerãoPortuguês, Inglês
Constantin NoïkaAs Seis Doenças do Mundo ContemporâneoPortuguês
Machado de AssisMemórias Póstumas de Brás CubasPortuguês
Santo AgostinhoSobre o Sermão da MontanhaInglês
Thomas MannMorte em VenezaPortuguês, Inglês
Heinrich Von KleistMichael KohlhaasPortuguês, Inglês
William ShakespeareNoites de ReisPortuguês, Inglês
PlatãoRepública de PlatãoPortuguês, Inglês
Jacob WassermannO Processo MauriziusPortuguês
Nikolai GogolO Inspetor GeralPortuguês
Lev TolstóiAna KarêninaPortuguês, Inglês
Alexandre SoljenitzinUm Dia na Vida de Ivan DenisovitchInglês
MolièreTartufoPortuguês
T. S. EliotNotas para uma Definição de CulturaPortuguês
EurípedesMedéiaPortuguês
Georg BüchnerWoyzeckPortuguês, Espanhol
Honoré de BalzacPère GoriotInglês, Francês
Fernando PessoaMensagemPortuguês
Antônio FerreiraCastroPortuguês
VirgílioEneidaPortuguês

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL


OS SENTIMENTOS E A CONDUTA HUMANA

Jesus e a pomba de Stalin
Olavo de CarvalhoO Globo, 20 de outubro de 2001

Quando Cristo disse: “Na verdade amais o que deveríeis odiar, e odiais o que deveríeis amar”, Ele ensinou da maneira mais explícita que os sentimentos não são guias confiáveis da conduta humana: antes de podermos usá-los como indicadores do certo e do errado, temos de lhes ensinar o que é certo e errado. Os sentimentos só valem quando subordinados à razão e ao espírito.
Razão não é só pensamento lógico: reduzi-la a isso é uma idolatria dos meios acima dos fins, que termina num fetichismo macabro. Razão é o senso da unidade do real, que se traduz na busca da coesão entre experiência e memória, percepções e pensamentos, atos e palavras etc. A capacidade lógica é uma expressão parcial e limitada desse senso. Também são expressões dele o senso estético e o senso ético: o primeiro anseia pela unidade das formas sensíveis, o segundo pela unidade entre saber e agir. Tudo isso é razão.
Espírito é aquilo que inspira a razão a buscar a chave da unidade da visão do mundo no supremo Bem de todas as coisas e não num detalhe acidental qualquer, tomado arbitrariamente como princípio de explicação universal, como algumas escolas filosóficas fazem com a linguagem, outras com a História, outras com o inconsciente etc. O espírito é o topo do edifício da razão, que por ele se abre para o sentido do Bem infinito, libertando-se da tentação de enrijecer-se num fetichismo trágico ou utópico.
Nem a razão nem o espírito se impõem. Só nos abrimos a eles por livre vontade. A abertura para a razão vem essencialmente da caridade, do amor ao próximo, pelo qual o homem renuncia a impor seu desejo e aceita submeter-se ao diálogo, à prova, ao senso das proporções e, em suma, ao primado da realidade. A abertura para a razão é educação. Educação vem de ex ducere, que significa levar para fora. Pela educação a alma se liberta da prisão subjetiva, do egocentrismo cognitivo próprio da infância, e se abre para a grandeza e a complexidade do real. A meta da educação é a conquista da maturidade. O homem maduro -- o spoudaios de que fala Aristóteles -- é aquele que tornou sua alma dócil à razão, fazendo da aceitação da realidade o seu estado de ânimo habitual e capacitando-se, por esse meio, a orientar sua comunidade para o bem. Este ponto é crucial: ninguém pode guiar a comunidade no caminho do bem antes de tornar-se maduro no sentido de Aristóteles. Líderes revolucionários e intelectuais ativistas são apenas homens imaturos que projetam sobre a comunidade seus desejos subjetivos, seus temores e suas ilusões pueris, produzindo o mal com o nome de bem.
A abertura ao espírito é um ato de confiança prévia no bem supremo da existência, ato sem o qual a razão perde o impulso ascendente que a anima e, fugindo do infinito, se aprisiona em alguma pseudototalidade, mais alienante ainda que o egoísmo subjetivo inicial. O nome religioso desse ato de confiança é fé, mas a confiança que eleva a razão à busca do infinito transcende o sentido da mera adesão a um credo em particular e tem antes uma dimensão antropológica: tudo o que o ser humano fez de bom, fez movido pela fé e por meio da razão.
O espírito e a razão educam os sentimentos. Os sentimentos do homem amadurecido pelo espírito e pela razão são diferentes dos do homem imaturo, porque aquele ama o que deve amar e odeia o que deve odiar, enquanto o segundo ama ou odeia às tontas, segundo as inclinações arbitrárias da sua subjetividade moldada pelas pressões e atrativos do meio social.
Mas o que atrai a alma para a abertura ao espírito e à razão é a esperança, e o despertar da esperança é um mistério. Homens submetidos à mais dura opressão e aos mais tormentosos sofrimentos conservam sua esperança, enquanto outros a perdem à primeira frustração de um desejo tolo. A esperança não está sob o nosso controle. Seu advento depende do espírito mesmo, que sopra onde quer. Todos os enredos humanos, da vida e da ficção, giram em torno do mistério da esperança.
A esperança, a fé e a caridade educam os sentimentos para o amor ao que deve ser amado. O culto idolátrico dos sentimentos é um egocentrismo cognitivo, um complexo de Peter Pan que recusa a maturidade. Quanto mais o homem busca afirmar sua liberdade por meio da adesão cega a seus sentimentos e desejos, mais se torna escravo da tagarelice ambiente. O caminho da liberdade é para cima, não para baixo. Libertar-se não é afirmar-se: é transcender-se.
Das várias formas de escravidão a que o homem se sujeita pelo culto dos sentimentos, a pior é a escravidão às palavras. Por meio do falatório em torno o homem pode ser adestrado para ter certos sentimentos e emoções à simples audição de determinadas palavras, independentemente dos fatos e do contexto. Paz e guerra, por exemplo, suscitam reações automáticas. Por isso as massas imaturas aceitam com a maior credulidade os novos regimes de governo que prometem acabar com as guerras e instaurar a paz. Mas é só nominalmente que guerra significa morticínio e paz significa tranqüilidade e segurança. As guerras, no século XX, mataram 70 milhões de pessoas. É muita gente. Mas 180 milhões, mais que o dobro disso, foram mortos por seus próprios governos, em tempo de paz e em nome da paz. O homem maduro sabe que as relações entre guerra e paz são ambíguas, que só um exame criterioso da situação concreta permite discernir a dosagem do bem e do mal misturados em cada uma delas a cada momento. Ele sabe que a Pomba da Paz, oferecida à adoração infantil nas escolas, foi um desenho encomendado a Pablo Picasso por Josef Stalin com o intuito de fazer com que o símbolo da Pax soviética -- a ordem social totalitária construída sobre trabalho escravo, prisões em massa e genocídio -- se sobrepusesse, na imaginação dos povos, ao símbolo cristão do Espírito Santo. O homem maduro sabe que, tanto quanto a Pomba da Paz, também manifestos pela paz, discursos pela paz e até missas pela paz são, muitas vezes, blasfêmias e armas de guerra. No dicionário, os sentidos da guerra e da paz estão nitidamente distintos, mas o homem maduro não se refugia da complexidade das coisas no apelo pueril a absolutos verbais.
Igualdade, liberdade, direito, ordem, segurança e milhares de outras palavras foram também incutidas na mente das massas como programas de computador para acionar nelas automaticamente as emoções desejadas pelo programador, fazendo com que amem o que deveriam odiar e odeiem o que deveriam amar. Até a esperança, chave da fé e da caridade, se torna aí uma arma contra o espírito, quando se coisifica na expectativa de um mundo melhor, de uma sociedade mais justa ou, no fim das contas, de ganhar mais dinheiro. Jesus deixou claro que não era nenhuma dessas esperanças a que Ele trazia. Era a esperança de fazer de cada um de nós um novo Cristo, encarnação e testemunha do espírito. Quem aceitar menos que isso só ganhará, em vez da paz de Cristo, uma bandeirinha da ONU com a pomba de Stalin.