Autor | Obra | Língua |
Mortimer Adler / Charles Van Doren | Como Ler um Livro | Português, Inglês |
Fiódor Dostoiévski | Crime e Castigo | Português, Inglês |
Albert Camus | O Estrangeiro | Português |
Viktor Frankl | Em Busca de Sentido | Português, Inglês |
Jose Ortega y Gasset | A Rebelião das Massas | Português, Espanhol |
Joseph Conrad | O Coração das Trevas | Português, Inglês |
Platão | Apologia de Sócrates | Português, Inglês |
Fiódor Dostoiévski | Os Irmãos Karamázov | Português, Inglês |
Giovanni Reale | O Saber dos Antigos | |
Stendhal | O Vermelho e o Negro | Português, Inglês |
Olavo de Carvalho | O Jardim das Aflições | Português |
Robert Musil | O Homem sem Qualidades | Português |
René Guénon | A Crise do Mundo Moderno | Português |
Aldous Huxley | Admirável Mundo Novo | Português |
Albert Camus | O Homem Revoltado | Português, Inglês |
Dante Alighieri | A Divina Comédia | Português, Inglês |
William Shakespeare | Hamlet | Português, Inglês |
Homero | Ilíada | Português, Inglês |
Albert Camus | A Peste | Português, Inglês |
Franz Kafka | O Processo | Português |
Platão | Fedro | Português, Inglês |
Aldous Huxley | A Ilha | Português |
Sófocles | Antígona | Português |
Thomas Mann | A Montanha Mágica | Português |
Franz Kafka | A Metamorfose | Português, Inglês |
Severino Boécio | A Consolação da Filosofia | Inglês, Espanhol |
William Shakespeare | Rei Lear | Português, Inglês |
Fiódor Dostoiévski | Os Demônios | Espanhol, Inglês |
Bíblia | O Livro de Jó | Português, Inglês |
Ésquilo | Prometeu Acorrentado | Português |
Franz Kafka | O Castelo | Português |
Wolfgang von Goethe | Fausto (Primeiro) | Português |
Homero | Odisséia | Português, Inglês |
William Shakespeare | A Tempestade | Português, Inglês |
Molière | O Misantropo | Francês, Espanhol, Inglês |
Miguel de Cervantes | Dom Quixote | Português, Espanhol, Inglês |
J. R. R. Tolkien | O Senhor dos Anéis | Português |
George Orwell | 1984 | Português, Inglês |
Alessandro Manzoni | Os Noivos | Italiano, Espanhol, Inglês |
Wolfgang von Goethe | Fausto (Segundo) | Português |
Fiódor Dostoiévski | O Idiota | Português, Inglês |
William Shakespeare | Otelo | Português, Inglês |
Lev Tolstói | A Morte de Ivan Ilitch | Português, Inglês |
Santo Agostinho | Confissões | Português, Inglês |
Julien Benda | A Traição dos Intelectuais | Francês |
Sófocles | Édipo Rei | Português |
Hesíodo | Teogonia | Português |
Bíblia | Gênesis | Português, Inglês |
Racine | Fedra | Português |
Thomas Mann | Doutor Fausto | Português |
Honoré de Balzac | Ilusões Perdidas | Português, Francês, Inglês |
Samuel Beckett | Esperando Godot | Português |
Luís de Camões | Os Lusíadas | Português |
Platão | O Banquete | Português, Inglês |
Lorenzo da Ponte | Don Giovanni | Português, Italiano, Inglês |
William Shakespeare | Macbeth | Português, Inglês |
James Joyce | Retrato de um Artista Quando Jovem | Português, Inglês |
Ésquilo | Orestéia | Português |
Richard Wagner | Tristão e Isolda | Português |
Honoré de Balzac | Eugénie Grandet | Português, Inglês, Francês |
Fiódor Dostoiévski | Notas do Subsolo | Português, Inglês |
Daniel Defoe | Moll Flanders | Português, Inglês |
Hermann Broch | A Morte de Virgílio | Inglês, Espanhol |
René Guénon | O Reino da Quantidade | Inglês, Espanhol |
Nikolai Gogol | Almas Mortas | Português, Inglês |
Herman Melville | Moby Dick | Português, Inglês |
T. S. Eliot | Terra Arrasada | Português, Inglês |
William Shakespeare | Mercador de Veneza | Português, Inglês |
Georges Bernanos | Diário de um Pároco de Aldeia | Português, Francês |
Stendhal | A Cartuxa de Parma | Francês, Espanhol |
Luigi Pirandello | Seis Personagens à Procura de um Autor | Português |
Wolfgang von Goethe | Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister | Português, Inglês |
Eugène Ionesco | O Rinoceronte | Português |
Platão | Menon | Português, Inglês |
Henrik Ibsen | Um Inimigo do Povo | Inglês |
G. K. Chesterton | Ortodoxia | Português, Inglês |
Gustave Flaubert | Madame Bovary | Português, Inglês, Francês |
James Joyce | Ulisses | Português, Inglês |
Marcel Proust | No Caminho de Swann | Português, Inglês |
Hermann Hesse | O Jogo das Contas de Vidro | Inglês |
William Shakespeare | Sonho de uma Noite de Verão | Português, Inglês |
Constantin Noïka | As Seis Doenças do Mundo Contemporâneo | Português |
Machado de Assis | Memórias Póstumas de Brás Cubas | Português |
Santo Agostinho | Sobre o Sermão da Montanha | Inglês |
Thomas Mann | Morte em Veneza | Português, Inglês |
Heinrich Von Kleist | Michael Kohlhaas | Português, Inglês |
William Shakespeare | Noites de Reis | Português, Inglês |
Platão | República de Platão | Português, Inglês |
Jacob Wassermann | O Processo Maurizius | Português |
Nikolai Gogol | O Inspetor Geral | Português |
Lev Tolstói | Ana Karênina | Português, Inglês |
Alexandre Soljenitzin | Um Dia na Vida de Ivan Denisovitch | Inglês |
Molière | Tartufo | Português |
T. S. Eliot | Notas para uma Definição de Cultura | Português |
Eurípedes | Medéia | Português |
Georg Büchner | Woyzeck | Português, Espanhol |
Honoré de Balzac | Père Goriot | Inglês, Francês |
Fernando Pessoa | Mensagem | Português |
Antônio Ferreira | Castro | Português |
Virgílio | Eneida | Português |
domingo, 11 de janeiro de 2015
100 LIVROS INDICADOS PELO PROF JOSÉ MONIR NASSER
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
OS SENTIMENTOS E A CONDUTA HUMANA
Jesus e a pomba de Stalin
Olavo de CarvalhoO Globo, 20 de outubro de 2001
Quando Cristo disse: “Na verdade amais o que deveríeis odiar, e odiais o que deveríeis amar”, Ele ensinou da maneira mais explícita que os sentimentos não são guias confiáveis da conduta humana: antes de podermos usá-los como indicadores do certo e do errado, temos de lhes ensinar o que é certo e errado. Os sentimentos só valem quando subordinados à razão e ao espírito.
Razão não é só pensamento lógico: reduzi-la a isso é uma idolatria dos meios acima dos fins, que termina num fetichismo macabro. Razão é o senso da unidade do real, que se traduz na busca da coesão entre experiência e memória, percepções e pensamentos, atos e palavras etc. A capacidade lógica é uma expressão parcial e limitada desse senso. Também são expressões dele o senso estético e o senso ético: o primeiro anseia pela unidade das formas sensíveis, o segundo pela unidade entre saber e agir. Tudo isso é razão.
Espírito é aquilo que inspira a razão a buscar a chave da unidade da visão do mundo no supremo Bem de todas as coisas e não num detalhe acidental qualquer, tomado arbitrariamente como princípio de explicação universal, como algumas escolas filosóficas fazem com a linguagem, outras com a História, outras com o inconsciente etc. O espírito é o topo do edifício da razão, que por ele se abre para o sentido do Bem infinito, libertando-se da tentação de enrijecer-se num fetichismo trágico ou utópico.
Nem a razão nem o espírito se impõem. Só nos abrimos a eles por livre vontade. A abertura para a razão vem essencialmente da caridade, do amor ao próximo, pelo qual o homem renuncia a impor seu desejo e aceita submeter-se ao diálogo, à prova, ao senso das proporções e, em suma, ao primado da realidade. A abertura para a razão é educação. Educação vem de ex ducere, que significa levar para fora. Pela educação a alma se liberta da prisão subjetiva, do egocentrismo cognitivo próprio da infância, e se abre para a grandeza e a complexidade do real. A meta da educação é a conquista da maturidade. O homem maduro -- o spoudaios de que fala Aristóteles -- é aquele que tornou sua alma dócil à razão, fazendo da aceitação da realidade o seu estado de ânimo habitual e capacitando-se, por esse meio, a orientar sua comunidade para o bem. Este ponto é crucial: ninguém pode guiar a comunidade no caminho do bem antes de tornar-se maduro no sentido de Aristóteles. Líderes revolucionários e intelectuais ativistas são apenas homens imaturos que projetam sobre a comunidade seus desejos subjetivos, seus temores e suas ilusões pueris, produzindo o mal com o nome de bem.
A abertura ao espírito é um ato de confiança prévia no bem supremo da existência, ato sem o qual a razão perde o impulso ascendente que a anima e, fugindo do infinito, se aprisiona em alguma pseudototalidade, mais alienante ainda que o egoísmo subjetivo inicial. O nome religioso desse ato de confiança é fé, mas a confiança que eleva a razão à busca do infinito transcende o sentido da mera adesão a um credo em particular e tem antes uma dimensão antropológica: tudo o que o ser humano fez de bom, fez movido pela fé e por meio da razão.
O espírito e a razão educam os sentimentos. Os sentimentos do homem amadurecido pelo espírito e pela razão são diferentes dos do homem imaturo, porque aquele ama o que deve amar e odeia o que deve odiar, enquanto o segundo ama ou odeia às tontas, segundo as inclinações arbitrárias da sua subjetividade moldada pelas pressões e atrativos do meio social.
Mas o que atrai a alma para a abertura ao espírito e à razão é a esperança, e o despertar da esperança é um mistério. Homens submetidos à mais dura opressão e aos mais tormentosos sofrimentos conservam sua esperança, enquanto outros a perdem à primeira frustração de um desejo tolo. A esperança não está sob o nosso controle. Seu advento depende do espírito mesmo, que sopra onde quer. Todos os enredos humanos, da vida e da ficção, giram em torno do mistério da esperança.
A esperança, a fé e a caridade educam os sentimentos para o amor ao que deve ser amado. O culto idolátrico dos sentimentos é um egocentrismo cognitivo, um complexo de Peter Pan que recusa a maturidade. Quanto mais o homem busca afirmar sua liberdade por meio da adesão cega a seus sentimentos e desejos, mais se torna escravo da tagarelice ambiente. O caminho da liberdade é para cima, não para baixo. Libertar-se não é afirmar-se: é transcender-se.
Das várias formas de escravidão a que o homem se sujeita pelo culto dos sentimentos, a pior é a escravidão às palavras. Por meio do falatório em torno o homem pode ser adestrado para ter certos sentimentos e emoções à simples audição de determinadas palavras, independentemente dos fatos e do contexto. Paz e guerra, por exemplo, suscitam reações automáticas. Por isso as massas imaturas aceitam com a maior credulidade os novos regimes de governo que prometem acabar com as guerras e instaurar a paz. Mas é só nominalmente que guerra significa morticínio e paz significa tranqüilidade e segurança. As guerras, no século XX, mataram 70 milhões de pessoas. É muita gente. Mas 180 milhões, mais que o dobro disso, foram mortos por seus próprios governos, em tempo de paz e em nome da paz. O homem maduro sabe que as relações entre guerra e paz são ambíguas, que só um exame criterioso da situação concreta permite discernir a dosagem do bem e do mal misturados em cada uma delas a cada momento. Ele sabe que a Pomba da Paz, oferecida à adoração infantil nas escolas, foi um desenho encomendado a Pablo Picasso por Josef Stalin com o intuito de fazer com que o símbolo da Pax soviética -- a ordem social totalitária construída sobre trabalho escravo, prisões em massa e genocídio -- se sobrepusesse, na imaginação dos povos, ao símbolo cristão do Espírito Santo. O homem maduro sabe que, tanto quanto a Pomba da Paz, também manifestos pela paz, discursos pela paz e até missas pela paz são, muitas vezes, blasfêmias e armas de guerra. No dicionário, os sentidos da guerra e da paz estão nitidamente distintos, mas o homem maduro não se refugia da complexidade das coisas no apelo pueril a absolutos verbais.
Igualdade, liberdade, direito, ordem, segurança e milhares de outras palavras foram também incutidas na mente das massas como programas de computador para acionar nelas automaticamente as emoções desejadas pelo programador, fazendo com que amem o que deveriam odiar e odeiem o que deveriam amar. Até a esperança, chave da fé e da caridade, se torna aí uma arma contra o espírito, quando se coisifica na expectativa de um mundo melhor, de uma sociedade mais justa ou, no fim das contas, de ganhar mais dinheiro. Jesus deixou claro que não era nenhuma dessas esperanças a que Ele trazia. Era a esperança de fazer de cada um de nós um novo Cristo, encarnação e testemunha do espírito. Quem aceitar menos que isso só ganhará, em vez da paz de Cristo, uma bandeirinha da ONU com a pomba de Stalin.
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