"Ter uma boa memória é uma grande consolação"
Atualmente a quantidade de
recursos tecnológicos que armazenam e recuperam informações, aumentam a
praticidade da vida diária, e podem até nos levar a minimizar a importância da
nossa própria capacidade de memorização. No entanto, para certos indivíduos a memorização
ainda é um elemento fundamental.
O breve relato sobre a memória
feito pelo escritor George Steiner exemplifica bem:
“...tive a sorte de ter, toda
a minha vida, uma memória fotográfica. No Liceu francês isso era treinado, tal
como se treinam os músculos. Decorar, decorar. A isso devo tudo. Ainda hoje o
faço. Há poucos dias em que não aprendo algo de cor. Treino a minha memória.
Faz pouco tempo que sofri uma queda, quando fazia uma série de palestras na
Escócia. Bati com a cabeça. Naquele momento de confusão, tentei dizer os 12
meses do calendário revolucionário francês, de forma correta. Quando vi que
ainda era capaz, tentei uma lista de compositores mortos, e uma lista de
compositores que mataram alguém. A minha memória estava boa e fiquei mais
calmo. É um exemplo de consolação que um pequeno e simples exercício pode dar.
Ter uma boa memória é uma grande consolação. Na minha profissão é um verdadeiro
pesadelo quando a memória começa a falhar. Para quem se dedica a literatura e
investigação é uma sentença de morte.”
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