“O fato de que as pessoas mudaram de
ideia sobre se a Terra é plana ou redonda não muda em nada a verdade sobre a
questão.”
Quantas vezes você já escutou que a verdade não existe, ou que a verdade
é relativa (depende do ponto de vista)? Saber o que é verdadeiro ou falso sobre
as grandes questões exige esforço, por outro lado, qualquer pessoa sabe
distinguir muito bem a verdade, quando diz uma mentirinha. Não adianta buscar
as verdades supremas sem antes atentar para as questões mais simples do cotidiano.
O professor Mortimer Adler participava de um programa na tv americana,
onde explicava diversos temas interessantes para a vida no geral, depois o
programa deu origem ao livro: Como Pensar sobre as Grandes Ideias. Eis umas das
perguntas sobre a verdade, respondidas pelo professor Adler:
A verdade é eterna ou imutável?
“ Não há dúvida de que as pessoas mudam de ideia, de que a raça humana,
através dos tempos, passa da sabedoria ao erro e do erro à sabedoria nas
opiniões que carrega. Mas essa é uma mudança na mente humana, não uma mudança
na verdade ou no que é verdadeiro. Por exemplo, a ideia de que a Terra era
plana, se uma vez foi falsa, sempre será falsa. E na ideia oposta, de que a
Terra em que vivemos é redonda, se uma vez foi verdadeira, será sempre verdadeira.
O fato de que as pessoas mudaram de ideia sobre se a Terra é plana ou redonda
não muda em nada a verdade sobre a questão.
Mas supondo que a Terra resolva mudar a si mesma e subitamente fique
plana ou oblonga ou alguma outra coisa, a afirmação de que a Terra é redonda
não ficaria falsa? Não, porque, se fosse suficientemente cuidadoso e preciso,
eu diria que desde o princípio até este ano a Terra tem sido redonda. Logo, se
no próximo ano a Terra mudasse sua forma, minha afirmação continuaria verdadeira,
porque sempre permaneceria verdadeiro de que até esse ano a Terra tem sido
redonda. Portanto, creio ser razoável dizer que a verdade em si mesma é
imutável, mesmo se nós, como seres humanos, não a possuirmos de modo imutável.“
O doutor Ben Carson entrou pra história da medicina em 1987 ao
realizar a cirurgia que separou gêmeos siameses. A sua infância que foi muito
difícil, entre brigas e dificuldades na escola, muda completamente quando um belo
dia a sua mãe, que era analfabeta, resolve adotar uma regra doméstica simples e
desafiadora: menos tv (só 2 programas por semana) e mais leitura ( 2 livros por semana).
Após ler no
artigo, É proibido parar de mentir,
do escritor e filósofo Olavo de Carvalho, uma lista com sete aspectos mínimos
que um eleitor deveria saber sobre o seu candidato, e levando em conta que no
Brasil o voto é obrigatório, é impossível não se perguntar: quantos são os
eleitores que realmente conseguem fazer tal distinção antes de comparecerem as
urnas? E quanto aos que conseguem, será que estão com disposição para tal "investigação"?
Segue as dicas do artigo:
O eleitor
deveria (no mínimo) conhecer sobre o candidato:
1.A sua imagem
publicitária, o ‘personagem’ criado pela campanha, o qual pode coincidir em
mais ou em menos com a sua personalidade real.
2.Seu programa de governo ou plano de ação,
considerado na sua pura lógica interna.
3.A comparação entre esse plano e a situação
externa objetiva que ele promete alterar ou corrigir.
4.As correntes de pensamento atuais ou
pretéritas que, de maneira mais próxima ou mais remota, se refletem nesse
plano.
5.Os grupos políticos, econômicos e culturais
que apoiam o candidato de maneira ostensiva ou discreta.
6.A posição real do candidato ante esses
grupos, seja como seu líder efetivo, como parceiro permanente ou temporário ou
como agente e serviçal.
7.As
alternativas reais ou possíveis contra as quais sua candidatura se opõe de
maneira explícita ou velada.
“Mentira toda
ela. Mentira de tudo, em tudo e por tudo. Mentira na terra, no ar até no céu,
onde, segundo o padre Vieira (que não chegou a conhecer o Sr. Urbano Santos), o
próprio sol mentia ao Maranhão, e direis que hoje mente ao Brasil inteiro.
Mentira nos protestos. Mentira nas promessas. Mentira nos programas. Mentira
nos projetos. Mentira nos progressos. Mentira nas reformas. Mentira nas convicções.
Mentira nas transmutações. Mentira nas soluções. Mentira nos homens, nos atos e
nas coisas. Mentira no rosto, na voz, na postura, no gesto, na palavra, na
escrita. Mentira nos partidos, nas coligações e nos blocos. Mentira dos
caudilhos aos apaniguados, mentira dos seus apaniguados à nação. Mentira nas
instituições. Mentira nas eleições. Mentira nas apurações. Mentira nas
mensagens. Mentira nos relatórios. Mentira nos inquéritos. Mentira nos
concursos. Mentira nas embaixadas. Mentira nas candidaturas. Mentira nas
garantias. Mentira nas responsabilidades. Mentira nos desmentidos. A mentira
geral. O monopólio da mentira. Uma impregnação tal das consciências pela
mentira, que se acaba por se não discernir a mentira da verdade, que os
contaminados acabam por mentir a si mesmos, e os indenes, ao cabo, muitas vezes
não sabem se estão, ou não estão mentindo. Um ambiente, em suma, de mentiraria,
que, depois de ter iludido ou desesperado os contemporâneos, corre o risco de lograr
ou desesperar os vindouros, a posteridade, a história, no exame de uma época,
em que à força de se intrujarem uns aos outros, os políticos, afinal, se
encontram burlados pelas suas próprias burlas, e colhidos nas malhas da sua
própria intrujice, como é precisamente agora o caso.”
Conferência proferida na Associação comercial do Rio de Janeiro, em 8 de março de 1919, por ocasião da campanha presidencial em que teve como antagonista o senador Epitácio Pessoa.
O escritor Mario
Vargas Llosa, laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 2010, comenta sobre o perigo da decadência cultural. E descreve alguns sinais deste processo:
Fonte:
Roda Viva programa da Rede Cultura exibido em 13/05/2013
A leitura das listas de autores, títulos e resumos
das obras faz parte do que Adler chama de leitura
inspecional, trata-se de uma sondagem ampla para que você escolha os
títulos que pretende ler. Segue abaixo alguns títulos que Mortimer Adler destacou: