Robert Lee (1807-1870) escreveu esta carta a seu filho G.W.Curtis Lee
que estava no colégio interno.
Estude e
seja franco: a franqueza é filha da coragem e da honestidade. Diga o que
pretende fazer em todas as ocasiões e se certifique de fazer o que é correto.
Se um amigo pedir um favor, faça, se for razoável; se não for, explique
simplesmente por que não vai fazer; você estará enganando a ele e a si mesmo se
alegar pretextos de qualquer natureza. Não faça nada incorreto para ganhar ou
manter uma amizade, quem pedir para fazê-lo está pronto a se vender, e o preço
é um sacrifício muito caro. Tenha uma atitude gentil porém firme com todos os
seus colegas; você verá que é a melhor política. Acima de tudo não tente
parecer o que não é. Se tem queixa de alguém fale com ele e não com outros;
nada é mais perigoso do que ser uma coisa na frente de alguém e outra pelas
costas. Devemos viver, agir e falar sem jamais ofender ou ferir outra pessoa.
Não só é melhor por uma questão de princípios, mas por ser o caminho da paz e
da honra.
A respeito
do dever, quero, concluindo essa carta apressada, informar a você que, cerca de
cem anos atrás houve um dia de inesquecível escuridão e tristeza – até hoje
conhecido como o “dia negro” -, um dia em que a luz do sol se extinguiu aos
poucos, como num eclipse. A assembleia de Connecticut estava em sessão, e,
quando os participantes viram chegar a escuridão inesperada e inexplicável,
foram tomados de espanto e terror. Muitos pensaram que era chegado o último dia
– o dia do juízo final. Na aflição daquele momento, alguém propôs um recesso. Mas
Davenport, um velho puritano de Stanford, levantou-se para dizer que, se o dia
do juízo final havia chegado, ele queria ser encontrado em seu lugar, cumprindo
seu dever, e propôs que mandassem trazer velas para prosseguir com a sessão. Esse
homem tinha tranquilidade, a tranquilidade da sabedoria celeste e da inflexível
vontade para obedecer ao dever de cada momento. Dever é, pois, a mais sublime
palavra da nossa língua. Cumpra seus deveres como o velho puritano. Você não
pode fazer mais que isso e não deve jamais desejar fazer menos. Não permita que
eu e sua mãe tenhamos um só fio de cabelo branco por qualquer falha da sua
parte no cumprimento do dever.
Fonte: O Livro das Virtudes II O Compasso Moral. Editora Nova Fronteira p 480
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