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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

PASSAGEM PELA POLÍTICA



"Eu visitava os eleitores, de casa em casa, batendo em algumas ruas a todas as portas ... Doía ver o quanto custava a essa gente crédula a sua devoção política. Uma vez ... entrei na casa de um operário, empregado em um dos arsenais, para pedir-lhe o voto. Chamava-se Jararaca, mas só tinha de terrível o nome. Estava pronto a votar por mim, tinha simpatia pela causa, disse-me ele; mas votando, era demitido, perdia o pão da família; tinha recebido a chapa de caixão ( uma cédula marcada com um segundo nome, que servia de sinal), e se ela não aparecesse na urna, sua sorte estava liquidada no mesmo instante.
 ... Estou pronto a votar pelo senhor...
'....Não, não é preciso', respondi-lhe, 'vote como o governo, não deixe de levar a sua chapa de caixão, não arrisque à fome toda essa gentinha que está me olhando' (quatro crianças pequenas)... 'Há de vir tempo em que o senhor poderá votar em mim livremente, até lá, é como se tivesse feito'.. E saí com medo que ele se arrependesse e fosse votar em mim."

Fonte: Joaquim Nabuco. Minha formação. Topbooks, p 187.


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

DAVE BRUBECK E A ORAÇÃO DO SENHOR: O PAI-NOSSO


O seu primeiro contacto com a missa foi a obra “To Hope! A Celebration”, encomendada por Ed Murray, diretor do “Our Sunday Visitor”, quando Brubeck não tinha aderido a qualquer confissão religiosa.
O sacerdote «estava muito desapontado», recordou Dave. «Ele disse: “Gostei muito da missa mas deixou de fora o Pai-nosso”. Eu perguntei-lhe: “O que é o Pai-nosso?”, porque não significa nada para mim. Não sou católico. E ele respondeu, “Pai-nosso, que estais nos céus”. Eu retorqui “é a Oração do Senhor”. O padre disse, “bem, no catolicismo chamamos-lhe Pai-nosso”. Então eu respondi, “ninguém me disse para o escrever, por isso não escrevi. Para mim a missa está terminada; vou de férias para as Bahamas com a minha família porque trabalhei duramente”. Quando lá cheguei, o que é que sucedeu? Sonhei o Pai-nosso porque um padre me disse que o tinha deixado de fora. Saltei da cama a meio da noite e compu-lo todo. E agora está na missa».

O episódio mudou não só a obra como a vida de Brubeck: «Juntei-me à Igreja Católica porque senti que alguém me estava a tentar dizer alguma coisa».


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

UM DICA SIMPLES DO MESTRE CHESTERTON


"Um garoto não conseguirá perceber a importância do latim simplesmente estudando latim. Porém, poderia descobri-la estudando a história dos latinos. Ninguém encontrará sentido algum em estudar geografia ou aritmética; ambos são ramos do conhecimento claramente sem importância. Porém, na ansiosa véspera da Batalha de Austerlitz, onde Napoleão enfrentaria uma força superior em um país estrangeiro, qualquer um poderia ver a necessidade que a tropa soubesse um pouco de geografia e um pouco de aritmética. Tenho a impressão de que se nós estudássemos apenas História, aprenderíamos todas as outras coisas… A História é simplesmente a humanidade. E a História humanizará todos os outros estudos".
- G. K. Chesterton in Lunacy and Letters


FONTE: https://www.facebook.com/chestertonnobrasil?fref=ts

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

LINGUAGEM E EQUILÍBRIO

Agora, e no futuro, penso que será proveitoso se vocês se concentrarem em serem precisos com a sua linguagem. Tentem construir um vocabulário, e tratá-lo do modo como vocês tratarão as suas contas bancárias. Prestem toda atenção a ele e tentem aumentar seus rendimentos. O objetivo aqui não é potencializar a sua eloquência no jantar ou o seu sucesso profissional — embora essas também possam ser consequências — nem torná-los faladores sofisticados. O objetivo é permitir que vocês articulem a si mesmos tão plena e precisamente quanto possível; numa palavra, o objetivo é o seu equilíbrio. Pois o acúmulo de coisas não ditas, não articuladas propriamente, pode resultar em neurose. Diariamente, muitas coisas acontecem à nossa psique, mas nosso modo de expressão frequentemente permanece o mesmo. A experiência ultrapassa a capacidade de articulação, e isso não é bom para a psique. Sentimentos, nuances, pensamentos, percepções que permanecem sem nome, sem poderem ser enunciados, diminuídos por aproximações, acabam sendo encobertos dentro do indivíduo, e podem levar a uma explosão ou implosão psicológica. Ninguém precisa se tornar um devorador de livros para evitar que isso aconteça; é preciso simplesmente adquirir um dicionário e lê-lo diariamente — e, de tempos em tempos, livros de poesia. Dicionários são de importância primária. Há muitos deles por aí; alguns até vêm com uma lupa. São razoavelmente baratos, mas mesmo os mais caros deles (esses que vêm com uma lupa) custam bem menos do que uma única visita ao psiquiatra. Se vocês tiverem que visitar um psiquiatra mesmo assim, vão com os sintomas de um viciado em dicionários.” (Joseph Brodsky)


http://www.ocampones.com/

terça-feira, 2 de setembro de 2014

VAIDADE X SOBERBA

Bela explicação do professor Luiz Gonzaga que é um dos maiores estudiosos brasileiros na atualidade sobre Religião Comparada sobre como uma pessoa imoral pode torna-se moral.

"É muito importante diferenciar  a soberba da vaidade "



sábado, 30 de agosto de 2014

WHEN THE SAINTS GO MARCHING IN




Oh when the saints go marching in
When the saints go marching in
Oh lord I want to be in that number
When the saints go marching in

sábado, 9 de agosto de 2014

TER OPINIÃO PARTE III: DE ONDE VÊM SEUS PENSAMENTOS?




"O que observamos sobre toda a cultura atual do jornalismo e das discussões gerais é que as pessoas não sabem como começar a pensar. Não somente que seu pensamento é de terceira ou quarta mão, mas que começa já na terça parte do processo. Os homens não sabem de onde vêm seus pensamentos. Eles não sabem quais as consequências de suas palavras. Eles chegam ao final de toda controvérsia e não sabem de onde ela começou ou de que se trata. Supõem certos absurdos que corretamente definidos chocariam até eles próprios."

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

TER OPINIÃO PARTE II: OPINIÃO É CONHECIMENTO ?




A OPINIÃO  X  O CONHECIMENTO

"Dizemos que matérias de opinião estão sujeitas a conflitos, que estamos familiarizados com os conflitos de opinião, com a diversidade de opinião sobre os mais diferentes assuntos. Mas quando lidamos com qualquer assunto sobre o qual haja conhecimento, não falamos em conflito. Não dizemos que conhecimentos são conflitantes como falamos que opiniões o são. Porque é da natureza mesma daquilo de que podemos ter opinião que esteja sujeito a conflitos, ao contrário daquilo de que sabemos. "

quarta-feira, 30 de julho de 2014

TER OPINIÃO



“ O idiota presunçoso, isto é, o tipo mais representativo de qualquer profissão hoje em dia, incluindo as letras, o ensino e o jornalismo, forma opinião de maneira imediata e espontânea, com base numa quantidade ínfima ou nula de conhecimentos, e se apega a seu julgamento com a tenacidade de quem defende um tesouro maior que a vida. A rigor, não tem propriamente opiniões. Tem apenas impressões difusas que não podendo, é claro, encontrar expressão adequada, se acomodam mecanicamente a qualquer fórmula de sentido análogo, colhida no ambiente, e então lhe parecem opiniões pessoais, como se a conquista de uma autêntica opinião pessoal prescindisse de esforço.”



Olavo de Carvalho, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. p. 453

http://www.olavodecarvalho.org/semana/051024dc.htm

sexta-feira, 25 de julho de 2014

CAÇADORES DE OBRAS-PRIMAS


O filme “Caçadores de Obras-Primas” é baseado na história verdadeira da busca ao tesouro roubado por Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Um pequeno grupo de especialistas inicia uma caçada contra o tempo para salvar milhares de anos de cultura. 



quinta-feira, 24 de julho de 2014

UM PASSO DE CADA VEZ


                                                                                                                                                   Michael Jordan

"Meu principal objetivo foi me tornar o melhor, mas, ao me aproximar de cada meta, fazia isso passo a passo. Foi por essa razão que não tive medo de ir para a Universidade da Carolina do Norte (uma instituição de enorme tradição no basquete norte-americano) depois de concluir o ensino médio.
Muitos diziam que aquela não era a melhor escolha porque eu não seria capaz de jogar em um nível tão elevado. Sugeriam que eu optasse pela Academia da Força Aérea, porque assim teria um emprego ao terminar a faculdade. Cada um traçava um plano diferente para mim. Mas eu tinha as minhas próprias convicções.
Sempre procurei fixar metas de curto prazo. Ao olhar para trás, pude ver como cada um daqueles passos ou conquistas me levou à etapa seguinte. Quando, no segundo ano do colégio, fui cortado do time principal, aprendi algo muito importante. Compreendi que nunca mais queria me sentir tão mal. Nunca mais queria experimentar aquele gosto amargo na boca, aquele buraco no estômago.
Então estabeleci como objetivo conquistar um lugar de titular no time principal. E mantive o foco nisso durante todo verão. Enquanto me exercitava e aproximava meu jogo, era só nisso que eu pensava. Quando consegui, tracei outra meta razoável e realista que poderia alcançar se trabalhasse duro o suficiente.
A todo instante eu procurava visualizar aonde queria chegar, que tipo de jogador queria me tornar.
Encarava tudo com o meu objetivo em mente. Sabia exatamente aonde queria chegar e mantinha o foco naquela direção. À medida que alcançava as minhas metas, os resultados iam se somando. E eu ganhava confiança a cada conquista.
Desse modo, construí a convicção de que poderia competir pela Universidade da Carolina do Norte. Para mim, era um trabalho puramente mental. Nunca precisei escrever nada. Apenas me concentrava no próximo passo.
Acho que eu poderia ter aplicado esse método a qualquer coisa que tivesse escolhido fazer. Não é muito diferente de alguém que deseja se tornar médico. Se esse é o seu objetivo, mas você só tira nota 5 em biologia, a primeira coisa que deve fazer é tirar 7 para, então, tirar 10. É preciso se aperfeiçoar e superar esse primeiro obstáculo antes de enfrentar matérias como química e física.
Dê pequenos passos. Senão estará correndo risco de sofrer todo tipo de frustração. De que modo você iria adquirir confiança se a única medida do seu sucesso fosse se tornar médico? Se você se esforçasse ao máximo e não conseguisse, isso significaria que toda a sua vida é um fracasso? É claro que não.
Todas essas etapas são como peças de um quebra-cabeça. Juntas elas formam uma imagem. Quando a imagem está completa, a meta foi atingida. Se isso não acontecer, não é razão para ficar deprimido.
Se você fez o melhor que pôde, terá conquistado algo ao longo do caminho. Poucos conseguem formar a imagem completa. Nem todos chegam a ser o melhor vendedor ou o melhor jogador de basquete. Mas ainda assim você pode ser considerado um dos melhores e, portanto, um sucesso.
É por essa razão que sempre fixei metas de curto prazo. Seja no golfe, no basquete, nos negócios, na vida familiar ou até mesmo no beisebol, estabeleço metas realistas e mantenho o foco nelas. Faço perguntas, leio, ouço.
Não tenho receio de perguntar quando não sei algo. Por que deveria? Estou tentando chegar a algum lugar. Ajude-me, me dê uma orientação – não há nada de errado nisso.
Um passo de cada vez. Não consigo imaginar nenhuma outra maneira de realizar algo."


quarta-feira, 16 de julho de 2014

O AMBIENTE DO ESTUDANTE


Ao ler sobre a influência da escola na vida do estudante, no livro "Como as pessoas aprendem", um dado no mínimo interessante, ressaltava que 14% do tempo de um jovem estudante é gasto na escola, o resto do tempo em casa e na sociedade (53%) e também dormindo, e tendo um bom descanso (33%).
Quanto aos 14% de tempo escolar, significa dizer que se a escola for uma porcaria, o mal pode não ser tão grande para o aluno, por outro lado, se a escola for boa significa pouco diante da gama de aprendizado necessários.
Justamente a parcela maior de tempo é no ambiente familiar, este pode ser determinante para o avanço intelectual, mas se o ambiente familiar ou social foi intelectualmente pobre, complica muito a vida do jovem estudante.
Mais uma vez me lembrei da estória da Senhora Carson que mesmo sendo analfabeta e pobre, “obrigava” os seus filhos a ler dois livros por semana e ao final da leitura, escrever sobre o que foi lido. Um exercício simples ao alcance de qualquer mortal, mas que sem dúvida exige uma disciplina e uma vontade grande para mudar o estado das coisas.
Fico imaginando quantos adolescentes mesmo achando um “saco” tal obrigação imposta pelos pais, não acharia também um belo desafio, ter os seus escritos lidos pelos mais velhos, além disso, poder comentar, discutir, observar se algo impactou, ou se teve algum sentido para a sua própria vida.
O que parece ser difícil é dar o pontapé inicial para o enriquecimento do ambiente familiar, criar a rotina. No início pode parecer tempo perdido, mas fico imaginando quem faz esse tipo de exercício ao longo de anos. 

sábado, 12 de julho de 2014

HALLELUJAH I LOVE HER SO




Let me tell you about a girl I know, 
She's my baby and she loves me so. 
Every morning when the sun comes up, 
She brings me coffee in my favorite cup. 
That's why I know, yes I know, 
Hallelujah I just love her so. 

When I'm in trouble and I have no friends, 
I know she'll go with me until the end. 
Everybody asks me how I know. 
I smile at them and say, "She told me so." 
That's why I know, oh, I know, 
Hallelujah, I just love her so. 

Now, if I call her on the telephone, 
And tell her that I'm all alone. 
By the time I count from one to four, 
She'll be knocking on my door. 

In the evening when the sun goes down 
When there is nobody else around, 
She kisses me and she holds me tight. 
And tells me, "Daddy everything's alright." 
That's why I know, yes, I know, 
Hallelujah, I just love her so.

Now, if I call her on the telephone, 
And tell her that I'm all alone. 
By the time I count from one to four, 
She'll be knocking on my door. 

In the evening when the sun goes down 
When there is nobody else around, 
She kisses me and she holds me tight. 
And tells me, "Daddy everything's alright." 
That's why I know, yes, I know, 
Hallelujah, I just love her so.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

MUITO ALÉM DAS COPAS

Crônica de Carlos Drummond de Andrade publicada em 7 de julho de 1982, no Jornal do Brasil após a triste derrota do Brasil na Copa de 1982.

PERDER, GANHAR, VIVER

Vi gente chorando na rua, quando o juiz apitou o final do jogo perdido; vi homens e mulheres pisando com ódio os plásticos verde-amarelos que até minutos antes eram sagrados; vi bêbados inconsoláveis que já não sabiam por que não achavam consolo na bebida; vi rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de festejar qualquer coisa, pois seus corações estavam programados para a alegria; vi o técnico incansável e teimoso da Seleção xingado de bandido e queimado vivo sob a aparência de um boneco, enquanto o jogador que errara muitas vezes ao chutar em gol era declarado o último dos traidores da pátria; vi a notícia do suicida do Ceará e dos mortos do coração por motivo do fracasso esportivo; vi a dor dissolvida em uísque escocês da classe média alta e o surdo clamor de desespero dos pequeninos, pela mesma causa; vi o garotão mudar o gênero das palavras, acusando a mina de pé-fria; vi a decepção controlada do presidente, que se preparava, como torcedor número um do país, para viver o seu grande momento de euforia pessoal e nacional, depois de curtir tantas desilusões de governo; vi os candidatos do partido da situação aturdidos por um malogro que lhes roubava um trunfo poderoso para a campanha eleitoral; vi as oposições divididas, unificadas na mesma perplexidade diante da catástrofe que levará talvez o povo a se desencantar de tudo, inclusive das eleições; vi a aflição dos produtores e vendedores de bandeirinhas, flâmuIas e símbolos diversos do esperado e exigido título de campeões do mundo pela quarta vez, e já agora destinados à ironia do lixo; vi a tristeza dos varredores da limpeza pública e dos faxineiros de edifícios, removendo os destroços da esperança; vi tanta coisa, senti tanta coisa nas almas…
Chego à conclusão de que a derrota, para a qual nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem a admitirmos previamente, é afinal instrumento de renovação da vida. Tanto quanto a vitória estabelece o jogo dialético que constitui o próprio modo de estar no mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de apodrecimento das vontades, a languidez dos estados pós-voluptuosos, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuantes. Perder implica remoção de detritos: começar de novo.
Certamente, fizemos tudo para ganhar esta caprichosa Copa do Mundo. Mas será suficiente fazer tudo, e exigir da sorte um resultado infalível? Não é mais sensato atribuir ao acaso, ao imponderável, até mesmo ao absurdo, um poder de transformação das coisas, capaz de anular os cálculos mais científicos? Se a Seleção fosse à Espanha, terra de castelos míticos, apenas para pegar o caneco e trazê-lo na mala, como propriedade exclusiva e inalienável do Brasil, que mérito haveria nisso? Na realidade, nós fomos lá pelo gosto do incerto, do difícil, da fantasia e do risco, e não para recolher um objeto roubado. A verdade é que não voltamos de mãos vazias porque não trouxemos a taça. Trouxemos alguma coisa boa e palpável, conquista do espírito de competição. Suplantamos quatro seleções igualmente ambiciosas e perdemos para a quinta. A Itália não tinha obrigação de perder para o nosso gênio futebolístico. Em peleja de igual para igual, a sorte não nos contemplou. Paciência, não vamos transformar em desastre nacional o que foi apenas uma experiência, como tantas outras, da volubilidade das coisas.
Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas, readquirimos ou adquirimos, na maioria das cabeças, o senso da moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos invencíveis. Também não somos uns pobres diabos que jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com tendência a evaporar-se. Eu gostaria de passar a mão na cabeça de Telê Santana e de seus jogadores, reservas e reservas de reservas, como Roberto Dinamite, o viajante não utilizado, e dizer-lhes, com esse gesto, o que em palavras seria enfático e meio bobo. Mas o gesto vale por tudo, e bem o compreendemos em sua doçura solidária. Ora, o Telê! Ora, os atletas! Ora, a sorte! A Copa do Mundo de 82 acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem o Brasil, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora, o sol de nós todos.

E agora, amigos torcedores, que tal a gente começar a trabalhar, que o ano já está na segunda metade?

domingo, 6 de julho de 2014

SUCESSO, SORTE E HUMOR



“O sucesso consiste em ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.”

“Aquilo a que chamas sorte é o cuidado com os pormenores.”


Da deputada Nancy Astor, para Churchill: “Se o senhor fosse meu marido, eu lhe daria veneno.”

Resposta de Churchill: “Se eu fosse seu marido, eu tomaria.”

sexta-feira, 27 de junho de 2014

COMO OS JAPONESES EDUCAM AS SUAS ELITES


“Quando um país dá certo, diligentemente buscamos imitá-lo, como se isso fosse garantia de repetir o seu êxito. Muito louvável, desde que imitemos aquilo que realmente tem a ver com tal sucesso. Matar presidentes, mascar chicletes e discriminar minorias
étnicas certamente não nos levará à abundância americana. Comer de pauzinhos, cantar no karaokê e exercitar-se nas cerimônias do chá não nos trarão a prosperidade japonesa. Infelizmente, o que vale a pena imitar constitui-se em dieta árdua. A educação nos fornece um bom exemplo.
O London Times publicou os horários de uma escola para filhos de executivos japoneses morando na Europa. Trata-se da Gyosei International School, que começou a operar próximo a Londres, com trezentos alunos em regime de internato. A escola seguirá, à risca, o horário de sua matriz no Japão. Vale a pena reproduzi-lo integralmente:
6:00 - Levantar-se e arrumar o quarto
6:05 - Exercícios matinais e reuniões
6:30 - Café-da-manhã
6:50 - Preparação para as aulas
7:00 / 7:50 - Primeira aula
8:05 - Estudo individual ou prova
8:25/ 12:15 - Aulas

12:00 / 13:00 - Almoço
13:00 / 13:50 - Aulas
13:50 - Reunião ou estudo
14:30 / 16:30 - Aulas suplementares
(japonês, inglês, matemática etc.)

17:30 - Descanso, banho
18:00 - Jantar
18:30 / 20:30- Limpar o quarto, estudo individual e aulas
20:30 - Intervalo e lanche
21:00 / 22:30 - Estudo individual
22:30 - Preparar-se para dormir
23:30 - Apagam-se as luzes
Até os ingleses - em outros tempos arautos de um regime espartano em suas melhores escolas - assustaram-se com o rigor do regime. O Sindicato dos Professores ensaiou os seus protestos. Há excesso de pressão sobre os alunos, reclamam zangados. Como concessão, os professores locais contratados pela escola não têm que se levantar tão cedo.
Não parece absurdo supor que a disciplina japonesa e a indignação britânica sejam relevantes para explicar o êxito dos primeiros e a decadência econômica dos ingleses naqueles anos. Boa educação e bons hábitos de trabalho jamais foram cacoetes pitorescos e inúteis.”



Fonte: Castro, Claudio de Moura; Educação brasileira: consertos e remendos. Ed. Rocco, 2007. p. 293

sábado, 21 de junho de 2014

NECESSIDADES DA ALMA


 “Foi no final do meu vigésimo segundo ano de vida que, o desejo de me instruir chegou. Comecei a perceber como até mesmo vagas noções me faltavam em mais de um ramo de conhecimento. Dominava um vasto vocabulário e gostava das palavras e da sensação de vê-las alinhadas, caindo em seus lugares como moedas num caça níquel. Mas notei que empregava grande número de palavras das quais não poderia dar nenhuma definição precisa. Temia servir-me de outras palavras que admirava, pelo receio de que parecessem absurdas.
Certo dia, antes de deixar a Inglaterra, ouvira um dos meus amigos declarar: 'O Evangelho de Cristo foi a última palavra em ética'. Pareceu-me uma frase belíssima – mas que vinha a ser, exatamente, essa palavra “ética”? Não me haviam falado nela em Harrow ou em Sandhurst. A julgar pelo sentido, pensei que poderia significar, ao mesmo tempo, “lealdade ao colégio”, “jogar o jogo”, “esprit de corps”, “conduta honorável”, “patriotismo” etc. Depois alguém me ensinou que a ética não tratava apenas das regras de comportamento, mas precisamente do porquê dessas regras; fiquei sabendo que obras inteiras eram consagradas a essa palavra. Pagaria de boa vontade uma ou duas libras a quem me pudesse fazer uma conferência de hora e meia sobre ética. A extensão do seu sentido, seus principais ramos, as questões fundamentais de que se ocupava e as controvérsias de que era objeto; quais as autoridades na matéria e os livros mais conhecidos sobre o assunto. Mas, em Bangalore, ninguém poderia me esclarecer sobre ética. Possuía certo conhecimento de tática, opiniões próprias concernentes à política, porém, era impossível obter ali onde me encontrava algumas ideias gerais e concisas sobre ética.
Este é um simples exemplo de dúzia de necessidades intelectuais de que meu espírito começou a ressentir-se.”  


Trecho do livro:  Winston Churchill Minha Mocidade. ed. Nova Fronteira. p. 121 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

SOBRE O ABORTO:

         
“Percebi que todos aqueles que são a favor do aborto já nasceram”. 

                                                                                                      Ronald Reagan

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A RESPEITO DO DEVER


Robert Lee (1807-1870) escreveu esta carta a seu filho G.W.Curtis Lee que estava no colégio interno.

Estude e seja franco: a franqueza é filha da coragem e da honestidade. Diga o que pretende fazer em todas as ocasiões e se certifique de fazer o que é correto. Se um amigo pedir um favor, faça, se for razoável; se não for, explique simplesmente por que não vai fazer; você estará enganando a ele e a si mesmo se alegar pretextos de qualquer natureza. Não faça nada incorreto para ganhar ou manter uma amizade, quem pedir para fazê-lo está pronto a se vender, e o preço é um sacrifício muito caro. Tenha uma atitude gentil porém firme com todos os seus colegas; você verá que é a melhor política. Acima de tudo não tente parecer o que não é. Se tem queixa de alguém fale com ele e não com outros; nada é mais perigoso do que ser uma coisa na frente de alguém e outra pelas costas. Devemos viver, agir e falar sem jamais ofender ou ferir outra pessoa. Não só é melhor por uma questão de princípios, mas por ser o caminho da paz e da honra.

A respeito do dever, quero, concluindo essa carta apressada, informar a você que, cerca de cem anos atrás houve um dia de inesquecível escuridão e tristeza – até hoje conhecido como o “dia negro” -, um dia em que a luz do sol se extinguiu aos poucos, como num eclipse. A assembleia de Connecticut estava em sessão, e, quando os participantes viram chegar a escuridão inesperada e inexplicável, foram tomados de espanto e terror. Muitos pensaram que era chegado o último dia – o dia do juízo final. Na aflição daquele momento, alguém propôs um recesso. Mas Davenport, um velho puritano de Stanford, levantou-se para dizer que, se o dia do juízo final havia chegado, ele queria ser encontrado em seu lugar, cumprindo seu dever, e propôs que mandassem trazer velas para prosseguir com a sessão. Esse homem tinha tranquilidade, a tranquilidade da sabedoria celeste e da inflexível vontade para obedecer ao dever de cada momento. Dever é, pois, a mais sublime palavra da nossa língua. Cumpra seus deveres como o velho puritano. Você não pode fazer mais que isso e não deve jamais desejar fazer menos. Não permita que eu e sua mãe tenhamos um só fio de cabelo branco por qualquer falha da sua parte no cumprimento do dever. 



Fonte: O Livro das Virtudes II O Compasso Moral. Editora Nova Fronteira p 480

quinta-feira, 5 de junho de 2014

DOSES HOMEOPÁTICAS DE G. K. CHESTERTON


“Imparcialidade é um nome pomposo para indiferença, que é um nome elegante para ignorância.” – The Speaker, 12/15/00

“O que amargura o mundo não é excesso de crítica, mas a ausência de autocrítica.” –Sidelights on New London and Newer New York


“A simplificação de qualquer coisa é sempre sensacional.”– Varied Types


http://sociedadechestertonbrasil.org/

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A IMUTABILIDADE DA VERDADE

“O fato de que as pessoas mudaram de ideia sobre se a Terra é plana ou redonda não muda em nada a verdade sobre a questão.”


Quantas vezes você já escutou que a verdade não existe, ou que a verdade é relativa (depende do ponto de vista)? Saber o que é verdadeiro ou falso sobre as grandes questões exige esforço, por outro lado, qualquer pessoa sabe distinguir muito bem a verdade, quando diz uma mentirinha. Não adianta buscar as verdades supremas sem antes atentar para as questões mais simples do cotidiano.
O professor Mortimer Adler participava de um programa na tv americana, onde explicava diversos temas interessantes para a vida no geral, depois o programa deu origem ao livro: Como Pensar sobre as Grandes Ideias. Eis umas das perguntas sobre a verdade, respondidas pelo professor Adler:
A verdade é eterna ou imutável?
“ Não há dúvida de que as pessoas mudam de ideia, de que a raça humana, através dos tempos, passa da sabedoria ao erro e do erro à sabedoria nas opiniões que carrega. Mas essa é uma mudança na mente humana, não uma mudança na verdade ou no que é verdadeiro. Por exemplo, a ideia de que a Terra era plana, se uma vez foi falsa, sempre será falsa. E na ideia oposta, de que a Terra em que vivemos é redonda, se uma vez foi verdadeira, será sempre verdadeira. O fato de que as pessoas mudaram de ideia sobre se a Terra é plana ou redonda não muda em nada a verdade sobre a questão.
Mas supondo que a Terra resolva mudar a si mesma e subitamente fique plana ou oblonga ou alguma outra coisa, a afirmação de que a Terra é redonda não ficaria falsa? Não, porque, se fosse suficientemente cuidadoso e preciso, eu diria que desde o princípio até este ano a Terra tem sido redonda. Logo, se no próximo ano a Terra mudasse sua forma, minha afirmação continuaria verdadeira, porque sempre permaneceria verdadeiro de que até esse ano a Terra tem sido redonda. Portanto, creio ser razoável dizer que a verdade em si mesma é imutável, mesmo se nós, como seres humanos, não a possuirmos de modo imutável.“


domingo, 25 de maio de 2014

sábado, 24 de maio de 2014

O MÉTODO DA SENHORA CARSON

O doutor Ben Carson entrou pra história da medicina em 1987 ao realizar a cirurgia que separou gêmeos siameses. A sua infância que foi muito difícil, entre brigas e dificuldades na escola, muda completamente quando um belo dia a sua mãe, que era analfabeta, resolve adotar uma regra doméstica simples e desafiadora: menos tv (só 2 programas por semana) e mais leitura ( 2 livros por semana).




sábado, 17 de maio de 2014

A ANÁLISE DE UM CANDIDATO

Após ler no artigo, É proibido parar de mentir, do escritor e filósofo Olavo de Carvalho, uma lista com sete aspectos mínimos que um eleitor deveria saber sobre o seu candidato, e levando em conta que no Brasil o voto é obrigatório, é impossível não se perguntar: quantos são os eleitores que realmente conseguem fazer tal distinção antes de comparecerem as urnas? E quanto aos que conseguem, será que estão com disposição para tal "investigação"?

Segue as dicas do artigo:

O eleitor deveria (no mínimo) conhecer sobre o candidato:
1.      A sua imagem publicitária, o ‘personagem’ criado pela campanha, o qual pode coincidir em mais ou em menos com a sua personalidade real.
2.      Seu programa de governo ou plano de ação, considerado na sua pura lógica interna.
3.      A comparação entre esse plano e a situação externa objetiva que ele promete alterar ou corrigir.
4.      As correntes de pensamento atuais ou pretéritas que, de maneira mais próxima ou mais remota, se refletem nesse plano.
5.      Os grupos políticos, econômicos e culturais que apoiam o candidato de maneira ostensiva ou discreta.
6.      A posição real do candidato ante esses grupos, seja como seu líder efetivo, como parceiro permanente ou temporário ou como agente e serviçal.
7.      As alternativas reais ou possíveis contra as quais sua candidatura se opõe de maneira explícita ou velada.